Inteligência artificial e a dificuldade de diferenciar notícias


A inteligência artificial (IA) está redefinindo a maneira como consumimos informações, gerando preocupações e desafios para distinguir entre notícias reais e falsas. O relatório recente da Archetype em parceria com a Universidade Rey Juan Carlos, destaca a perspectiva dos estudantes de comunicação sobre o futuro incerto da IA na mídia. O estudo revela que, apesar de 84% dos estudantes compreenderem o funcionamento da IA, 70% estão preocupados com sua capacidade de gerar informações falsas, o que poderia complicar a distinção entre verdade e ficção no futuro.
A pesquisa também destaca a popularidade do ChatGPT entre os estudantes, sendo usado por 55% deles, embora outras ferramentas, como DALL-E e Photoshop, também despertem interesse. No entanto, apenas 30% dos alunos experimentaram ferramentas de IA além do ChatGPT.
O impacto da IA nos empregos é outra grande preocupação, com 64% dos alunos prevendo uma transformação significativa em seus futuros papéis, principalmente em direção à automação de tarefas e à necessidade de habilidades criativas e estratégicas mais refinadas.
Além disso, o estudo aborda a insatisfação dos alunos com as informações educacionais disponíveis sobre IA, com 72% desejando um conhecimento mais aprofundado para uma compreensão crítica e participativa. Este anseio é refletido na declaração de Virginia Huerta, diretora da Archetype, que enfatiza a importância de humanizar as histórias contadas e de entender profundamente a IA para promover competências profissionais e participar de seu desenvolvimento responsável.
A pesquisa também examina o consumo de notícias entre os futuros profissionais, com 97% deles consumindo notícias regularmente, mas expressando reservas quanto à politização e ao tom excessivamente negativo de algumas coberturas. A mídia social, embora popular, é vista com cautela devido ao risco de viés algorítmico que pode limitar uma análise crítica e promover conteúdos polarizados.
Finalmente, o estudo destaca uma preferência por conteúdos personalizados e adaptados às preferências individuais, com plataformas de mídia social e streaming sendo as principais fontes de consumo de notícias e entretenimento para a maioria dos estudantes. A personalização, facilitada pela IA, é valorizada, mas também levanta questões sobre a integridade e a qualidade das informações consumidas.
